5 de fevereiro de 2011

Nostalgia Geek

Na era onde quase tudo é virtual, pressionar botões e ficar atento para não pisar nas dezenas de fios espalhados pela sala ainda faz a alegria de muita gente


Quando se fala em videogame, um dos primeiros jogos que nos vem à mente é o clássico Pacman. Mas o passado geek tem muito mais a oferecer do que apenas uma bolinha tentando escapar dos inimigos enquanto percorre um labirinto. Vamos dar um page up no mundo da diversão e (re)ver como era a vida cheia de fios, botões, animações toscas e entretenimento palpável.

O primeiro videogame doméstico NÃO foi o Atari, mas essa você já sabia, não é? Lançado pela empresa Magnavox em 1972, o Odissey não chegou a fazer muito sucesso por conta de erros de marketing, vendendo apenas 100 mil unidades lá nos Estados Unidos. Sem desistir do projeto, em 1978 a Magnavox lançou o Odissey 2, que superou o primeiro e chegou ao Brasil em 1981, mas não ficou tão famoso por aqui quanto o Atari 2600.

Um dos jogos feitos para o Odissey no Brasil chamava-se Didi na Mina Encantada – sim, ele mesmo, o personagem de Os Trapalhões. O Didi do jogo não passava de um bonequinho amarelo disforme procurando por ouro com uma picareta bem semelhante a uma seta gigante, mas naquela época era o máximo escapar dos obstáculos usando o controle quadrado que mal cabia na palma da mão de tão grande.

Dois pistoleiros coloridos em uma tela com árvores coloridas – não, não é joguinho do Restart. No Duelo no Velho Oeste, também para o Odissey 2, você tinha que eliminar seu inimigo por dez vezes para ganhar a batalha. Tinha que tomar muito cuidado para não acertar as bordas da tela ou as árvores e acabar cometendo suicídio involuntário se alguma das suas balas ricocheteasse. Para recarregar sua pistola bastava encostar-se nas árvores da mesma cor que o seu pistoleiro e seguir com o duelo.

Antes dos videogames, porém, já existia o pinball, aquela máquina de jogo onde você tinha que manipular uma ou mais bolinhas de metal e evitar que elas caíssem no buraco. Nada de sorte, o negócio era mesmo testar a sua destreza com as palhetas e até a sua habilidade de dar pancadas e erguer a gigante máquina no momento certo pra evitar perder a bolinha. Mais evoluído, o pinball ganhava o nome de fliperama (ou arcade), juntamente com displays de LED (diodo emissor de luz), efeitos visuais e sonoros.

Os geeks bem mais jovens só conhecem essas máquinas através de fotos ou shopping centers, onde o valor da “ficha” é absurdamente caro. Diferentemente do professor Bruno Henrique dos Santos, 25, eles não tiveram a oportunidade de entrar em uma casa de fliperama e sentir a pressão de ganhar um jogo enquanto dezenas de outros meninos (e às vezes algumas meninas) ficavam de olho em cada um de seus movimentos. “O barato do fliperama é que sempre tinha muitas pessoas em volta e dava mais emoção jogar porque você tinha que ganhar sempre”, lembra, “hoje só jogo quando vou em algum buffet para aniversário de criança e encontro alguma máquina por lá”, lamenta.

Para quem sente saudades ou para quem nunca conheceu o fliperama e o pinball, existem sites de aficionados que indicam clubes, eventos e até tutoriais de como montar um mini arcade em casa. Então, é só dar uma garimpada pela net e voltar aos tempos em que dava para descarregar a raiva de ter perdido um jogo dando tapas e pancadas mais... reais.


Alguns sites para saber onde encontrar e como montar seu próprio pinball ou fliperama:

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