23 de abril de 2014

A Essência Cigana

(texto publicado no suplemento jornalístico Insert - produto integrante do Trabalho de Conclusão de Curso de Jornalismo sobre Grupos Sociais no Centro Universitário FIEO em dezembro de 2012)

Bandeira instituída como símbolo internacional dos ciganos em 1971

Um conto espanhol falava da história de Paco e Maricarmen, ciganos que se conheceram dançando flamenco. A história de amor, que acabou virando um triângulo amoroso com final a la Faroeste Caboclo, não me atraiu. O que chamou a atenção foi descobrir que os ciganos tinham um idioma próprio e que não tinham documentação. Como alguém poderia viver sem documentos num século em que os números do RG e do CPF são, muitas vezes, mais importantes que o próprio nome? Foi então que surgiu a ideia de fazer um trabalho sobre os nômades que se vestiam com roupas de um colorido exuberante - era isso o que eu, Elisa e Fabrício sabíamos sobre eles antes de começarmos o TCC.  

Em Itapevi, onde o trabalho de campo foi mais intenso, a primeira visita aconteceu sem contato prévio. Ao chegarmos fomos recebidos por Daniele. Mesmo sem entrarmos, pudemos ver ao longe a organização padrão das três barracas que havia ali: as louças de alumínio expostas logo na entrada; ao lado, o fogão e outros aparelhos eletrodomésticos; ao fundo a cama arrumada, coberta por uma colcha colorida e brilhosa. A lona fazia as vezes das paredes e do telhado; o chão, terra batida. 

Com um sorriso iluminado de receptividade e (literalmente) ouro, Daniele pediu que falássemos com Soninha, que morava na rua paralela. Ali havia oito ou nove barracas e uma pequena quadra esportiva feita pelos próprios ciganos. A barraca de Soninha, uma comunicativa jovem de 25 anos, era feita de alvenaria, tinha piso e telhas; apenas a entrada não tinha uma parede, mas uma lona no lugar. Tapetes no chão, TV, computador, água encanada, um santuário com imagens de Santa Sara (padroeira dos ciganos) e santos católicos. Mesmo com o armário na cozinha, as louças de alumínio, assim como na barraca de Daniele, também ficavam expostas. Cortinas e tecidos azuis, cor-de-rosa e vermelhos separavam os ambientes da barraca e cobriam o sofá, as camas e o santuário.

Logo na primeira conversa com Soninha os estereótipos que conhecíamos foram quebrados - os ciganos, mesmo com suas peculiaridades, são pessoas como quaisquer outras: trabalham, festejam, choram, têm suas dificuldades, suas necessidades e seus anseios. Alguns moram em barracas, outros, em casas; alguns são ricos, outros, pobres. Alguns são analfabetos, outros têm ensino superior. Há ciganos que trabalham com comércio ambulante e outros que são professores universitários. Existem aqueles que batem no peito e dizem com orgulho quem são, mas também há os que não fazem questão de dizê-lo.
Saber onde está a essência dos roma* foi uma das primeiras perguntas que nos fizemos. Seria na roupa, nas tradições, na dança? Compreendemos, afinal, que ela está além do que os olhos podem ver - a essência dos ciganos está em, simplesmente, serem ciganos. 

*roma = ciganos. O nome roma substitui o termo cigano, que foi criado na Europa no século XV por não-ciganos e hoje é considerado pejorativo na Europa e Estados Unidos. 

10 de abril de 2014

Viva la Emoción!

(Artigo opinativo publicado em Dezembro de 2013 no Jornal Diário da Região)

Numa época em que a preocupação em fazer o bem ascende, marketing e publicidade pegam carona na onda sentimentalista para conquistar consumidores e impulsionar vendas. Aos poucos as propagandas criativas e bem-humoradas perdem espaço para aquelas que apelam para o poder emocional: cativar para vender e sensibilizar para aumentar a visibilidade da marca é estratégia crescente. Mostrar os verdadeiros atributos de um produto ficou em segundo plano.

Cenas reais de gestos de bondade, como a de um bombeiro dando oxigênio a um filhote de gato resgatado de um incêndio, têm sido utilizadas com frequência em comerciais na TV. A filmagem em questão foi aproveitada pela fabricante da câmera e já tem mais de 19 milhões de visualizações no YouTube. O gato, que sofreu sérios danos nos pulmões devido à fumaça, não resistiu e morreu horas mais tarde – mas o consumidor não precisa saber disso. Num outro comercial o narrador nos aconselha a aproveitarmos mais a vida e a não nos importarmos tanto com o dinheiro – a campanha é de uma instituição bancária. Uma fabricante de refrigerantes incentiva a prática de esportes; uma empresa de cosméticos para que pele e cabelo fiquem mais bonitos nos diz que a beleza vem de dentro. Cativante e um tanto quanto dicotômica, é dessa forma que funciona a publicidade emotiva – uma das mais rentáveis do ramo.

Uma análise superficial e ingênua poderia nos levar a acreditar que surge no meio publicitário uma revolução silenciosa contra o consumismo, que o “ser” volta a predominar sobre o “ter”. Ilusão. Estimulado pelo economista americano Victor Lebow, o consumismo exacerbado prevalece, disfarçado agora sob máscaras de ternura, vida saudável e sustentabilidade. Em seu artigo, publicado em 1955, Lebow dizia: “Nossa economia altamente produtiva exige que façamos do consumo nosso meio de vida, que convertamos a compra e o uso desses bens em rituais, que busquemos nossa satisfação espiritual e a satisfação do nosso ego no consumo”. Conselho seguido até nos darmos conta de que não precisamos, como afirmou Lebow, “ter coisas consumidas, queimadas, substituídas e descartadas de modo e modo mais acelerado”. Temos consciência de que não precisamos expressar nossa individualidade através das roupas que vestimos ou dos sapatos que usamos. Não precisamos, mas queremos. Tentamos – nem tanto assim – abandonar o vício de comprar, mas ele está impregnado, pois, de acordo com a observação de Lebow, “uma campanha publicitária específica e promocional, para um determinado produto, num determinado momento, não tem garantia automática de sucesso, no entanto, pode contribuir para uma pressão geral na qual desejos são estimulados e mantidos”.

Não reclamamos do capitalismo porque somos esquerdistas ou comunistas, reclamamos do capitalismo porque o carro do vizinho é melhor que o nosso. Quantos “discípulos” de Che e Fidel deixariam seus confortáveis lares para viver num país onde a comida é racionada e o acesso à internet é controlado? Por mais verdadeiras que sejam nossas intenções de não nos capitularmos às tentações materialistas, a tarefa é árdua e não acontecerá de forma tão acelerada quanto o processo incentivado por Lebow.  E ainda que as novas campanhas publicitárias estimulem boas ações, o principal objetivo é um só: vender.

26 de fevereiro de 2014

Osasco realiza o Segundo Festival do Cachorro-quente

(artigo publicado em Maio de 2013 para a ACEO)


No sábado, 25, foi realizado o Segundo Festival do Cachorro-Quente de Osasco. O evento, idealizado pelo publicitário Marcos Mello, aconteceu no Largo de Osasco e teve entre seus patrocinadores a ACEO. Além de votar no melhor cachorro-quente da cidade, o público se divertiu com as atrações musicais e participou do sorteio de brindes.

Público participa de campeonato de devoradores de hot dog

De acordo com Mello, Osasco é a segunda cidade no mundo onde mais se consome o lanche, ficando atrás apenas de Nova Iorque. Ele conta que tem o projeto de transformar Osasco em um centro gastronômico e quer dar à cidade o título de Capital do Cachorro-Quente. Presente no evento, o prefeito Jorge Lapas elogiou a iniciativa de Marcos Mello: “tudo o que atrai gente e que pode mostrar mais a cidade é importante”, disse o prefeito à ACEO. O presidente da Associação Comercial e Empresarial de Osasco, André Menezes também parabeniza a iniciativa de Mello: “é uma maneira diferenciada de prestigiar a cidade”, avaliou.

Roberto Trapp, Daniela Ruiz, o prefeito Jorge Lapas, Marcos Mello e Waldyr Ribeiro Filho

Dos 62 inscritos no concurso, foi Maria Aparecida quem conseguiu o primeiro lugar: “estou surpresa até agora”, disse emocionada a “dogueira” que conseguiu 266 dos 1212 votos no dia do evento. Maria Aparecida, que vende cachorro-quente no Calçadão de Osasco há 19 anos, conta que sempre foi elogiada por seus lanches e que a força e o apoio dos conhecidos foram essenciais para ganhar o prêmio de R$ 5 mil.

A "dogueira" Maria Aparecida exibe o troféu de vencedora do primeiro lugar

Marcos Mello pretende fazer um festival totalmente diferenciado no próximo ano e “levar o nome de Osasco para o mundo inteiro”. Os primeiros passos desse sonho já foram dados: além da repercussão do evento em nível nacional, o projeto representará o Brasil na Expo Milão 2015, juntamente com o concurso do acarajé de Salvador e do pastel de feira.

26 de julho de 2012

Incas - Los Hijos del Sol

Templo del Sol 

Los incas fueron una gran civilización que surgió por vuelta del siglo X y tuvo su fin en el siglo XVI, con la dominación de los españoles. Su imperio incluía regiones del norte de Ecuador, del sur de Colombia, del noroeste de Argentina y del norte de Chile, además de todo el Perú y Bolivia. La capital del imperio era Cuzco, que en su idioma - el quechua – significa “Ombligo del Mundo”. Diferentemente de la Isla de Pascua, ese significado no le fue atribuido por estar en uno de los lugares más aislados del mundo, pero sí, según el profesor e investigador Henri Favre, por ser el lugar de donde “el imperador ordenaba el caos para transformarlo en cosmos”.  

Territorio Inca

Las familias incas eran llamadas ayllus. Los hombres eran responsables por la agricultura, cerámica y otras actividades artesanales, como la hilandería (técnica de hilar materias textiles). Las mujeres tenían las tareas generales de la casa, como cocinar y también hilar. Las responsabilidades de los niños empezaban a los dos años de edad, cuando ya no eran más considerados niños y hacían tareas en la casa, además de cuidar de la ganadería.

El arte de la hilandería

Los ayllus tenían un jefe llamado kuraka. El kuraka distribuía la tierra, organizaba los trabajos colectivos y hacía la intermediación cuando había conflictos entre los habitantes de la provincia. A cada ayllu les era dado un lote de tierra suficiente para su subsistencia, y los hombres, además de trabajar en el cultivo de su propia tierra, también lo hacían en las tierras de los kurakas, de los viejos enfermos y de las mujeres viudas. Ayudaban también en la construcción de casas para parejas recién formadas. A pesar de ese tipo de organización parecerse al sistema socialista, no era más que la necesidad de solidariedad entre los habitantes del Imperio Inca. 

Antes de casarse, cada pareja pasaba por un periodo de cohabitación  - con vigilancia de sus padres - para que se testase su compatibilidad. El divorcio no existía – la separación de las parejas solo era permitida por motivos muy graves. Como regla general, se practicaba la monogamia, pero algunos de los hombres de status superior tenían muchas esposas.

Ninõs Incas

Una de sus divinidades era la waka, un espirito que “vivía” en una montaña cerca de donde quedaban sus casas y a ella se le rendía culto en un lugar donde había un árbol, una fuente o una roca, para que hiciese crecer el gado y se garantizase la cosecha. Los muertos eran sepultados en las fisuras rocosas de esa montaña sagrada, pero solamente a los descendentes directos del mismo sexo les era permitido hacer el entierro - los hijos enterraban a sus padres y las hijas, a sus madres. 

De los catorce gobernantes, se dice que Pachacútec (o Pachakuti) – rey Inca en el siglo XV – fue el mayor de todos, pues fue durante su gobierno que el imperio Inca tuvo su extraordinaria expansión por casi toda América del Sur. Fue él quien ordenó la reconstrucción de Cuzco, implantando una extensa red de comunicación, además de crear un fuerte ejército y un sistema de burocracia con el cual logró realizar una gran administración de las provincias.


Llama 
Las batallas y guerras, así como en los imperios Azteca y Maya eran frecuentes, pero la mayor parte de ellas se hacía con fines de conquista territorial y los incas respetaban la cultura de los pueblos conquistados, les permitiendo usar su lengua nativa – desde que usasen el quechua como lengua principal. A pesar de considerados menos violentos que los mayas, los incas trataban sus enemigos con gran crueldad. Cuando capturados, los jefes enemigos eran traídos a la capital y lanzados a los pies del imperador. Después, eran decapitados y con sus cráneos se hacían vasos para bebidas. Con sus huesos eran hechas flautas, con los dientes se hacían collares y su piel se la usaba para la confección de tambores. Sin embargo, esa costumbre no era solo de los Incas, sino de los siglos en que vivieron.

El maíz, además de fuente de alimento, era usado para hacer cerveza (ashwa), consumida en fiestas y celebraciones. Algunos de los incas la consumían en grandes cuantidades para llegar a un estado de transe místico. También hacían harina de maíz (sanku), usada en la composición de ofrendas y sacrificios con llamas o alpacas. De las alpacas también se aprovechaba la lana para la confección de ropas. Las llamas servían para el transporte de carga, su piel era usada en la fabricación de bolsos, con sus huesos se confeccionaban utensilios diversos y su carne era consumida en forma de charqui. En los lugares donde la madera no era encontrada fácilmente, los incas usaban los excrementos de esos animales como combustible sustituto.

Fueron un pueblo de poca innovación, pero supieron usar los conocimientos adquiridos de otras culturas y los perfeccionaron. No tenían la costumbre de usar hierro, pero hacían mucho uso de oro, plata, cobre y fabricaban bronce. El Templo del Sol (Qorikancha), a ejemplo, fue hecho solamente con piedras y masilla (una forma de petróleo usada en impermeabilizaciones) y sus puertas eran revestidas de oro. El jardín del templo tenía toda su vegetación artificial – hecha de oro – y allá se encontraban alrededor de veinte llamas en tamaño natural, también esculpidas con ese metal precioso.
Alpaca

Al que se parece, no tuvieron escrita, por lo tanto, sus conocimientos solo se hacían por transmisión oral. Apreciaban la música y la poesía amorosa y melancólica, que tenía textos cortos, los cuales hablaban de la soledad durante la ausencia del ser amado, del hombre que ama sin esperanza, de nostalgia y de la inflexibilidad del destino.

Con la muerte de Huayna Capac, sus hijos Huascar y Atahualpa empezaron la llamada Guerra de los dos Hermanos, en búsqueda de la sucesión del imperio. Atahualpa derrotó a su hermano, pero el Imperio Inca, desgastado desde el gobierno de su padre, quedó más debilitado, facilitando su tomada por los españoles.
Atrapado por Francisco Pizzarro, Atahualpa rechazó convertirse al cristianismo y eso, juntamente con acusaciones de doce crímenes, resultó en su muerte. Su otro hermano, Toparca, le sucedió en el gobierno, pero murió inesperadamente. El Imperio Inca, aún que no completamente tomado por los españoles, perdió toda la organización que tenía y vio morir gran parte de su población debido a las enfermedades traídas de Europa por los españoles. Hoy día, alrededor de mitad de la población de Perú aún usa el idioma quechua.

En ese video se puede asistir parte de un documentario sobre esa civilización grandiosa:

5 de fevereiro de 2011

Sorte de calouro

(texto publicado na Revista Offline # 22)


Segundo dia de aula na faculdade – evitei ir no primeiro para escapar do trote. Jornalismo. Havia trancado Comércio Exterior quando o professor de Administração disse que teríamos que ler Quem Mexeu no Meu Queijo para realizar uma prova – a vida tinha que ser mais do que ler livros de auto-ajuda pra se chegar a algum lugar.

Eu era bem mais velha que noventa por cento dos meus colegas de classe e estava pensando como seriam as aulas naquele novo curso quando alguns alunos do segundo ano entraram na nossa sala e nos convidaram para o trote – ir pedir dinheiro no farol e depois ir beber em um barzinho próximo à faculdade.

Relutei pensando que já não tinha idade para fazer aquilo, mas ao mesmo tempo não queria ser anti-social. Testa pintada com guache, eu e alguns poucos corajosos nos dirigimos ao farol mais próximo e começamos a mendigar pelo álcool nosso daquela terça-feira.

                                                                       Ricardo Shimizu/Agência BOM DIA

Não sou a pessoa mais extrovertida do mundo, por isso demorou um pouco até eu conseguir pedir por um real, um centavo ou uma bala com mais desenvoltura. E quando a desenvoltura chegou minha sorte veio junto. Um rapaz muito caridoso abriu a carteira e disse: “só tenho isso”, me entregando uma nota de vinte reais. A “bichete de ouro”, foi como fiquei conhecida naquela noite – e depois o apelido foi esquecido para sempre.

Minha sorte, no entanto não acabava ali. Implorei por dinheiro a um rapaz que não quis me dar nem ao menos míseros dez centavos. “E o seu telefone, rola?” – perguntei quase que espontaneamente. Recebi seu cartão de visitas e na semana seguinte ganhei um dos melhores beijos que já provei na vida.

Entre indas e vindas o nosso caso nunca se tornou sério e não durou mais que um curso tecnólogo, mas valeu a pena. Em dezembro me formo e fico feliz por isso, mas talvez estivesse mais feliz se além do diploma pudesse segurar a mão dele no dia da minha formatura.


Nostalgia Geek

Na era onde quase tudo é virtual, pressionar botões e ficar atento para não pisar nas dezenas de fios espalhados pela sala ainda faz a alegria de muita gente


Quando se fala em videogame, um dos primeiros jogos que nos vem à mente é o clássico Pacman. Mas o passado geek tem muito mais a oferecer do que apenas uma bolinha tentando escapar dos inimigos enquanto percorre um labirinto. Vamos dar um page up no mundo da diversão e (re)ver como era a vida cheia de fios, botões, animações toscas e entretenimento palpável.

O primeiro videogame doméstico NÃO foi o Atari, mas essa você já sabia, não é? Lançado pela empresa Magnavox em 1972, o Odissey não chegou a fazer muito sucesso por conta de erros de marketing, vendendo apenas 100 mil unidades lá nos Estados Unidos. Sem desistir do projeto, em 1978 a Magnavox lançou o Odissey 2, que superou o primeiro e chegou ao Brasil em 1981, mas não ficou tão famoso por aqui quanto o Atari 2600.

Um dos jogos feitos para o Odissey no Brasil chamava-se Didi na Mina Encantada – sim, ele mesmo, o personagem de Os Trapalhões. O Didi do jogo não passava de um bonequinho amarelo disforme procurando por ouro com uma picareta bem semelhante a uma seta gigante, mas naquela época era o máximo escapar dos obstáculos usando o controle quadrado que mal cabia na palma da mão de tão grande.

Dois pistoleiros coloridos em uma tela com árvores coloridas – não, não é joguinho do Restart. No Duelo no Velho Oeste, também para o Odissey 2, você tinha que eliminar seu inimigo por dez vezes para ganhar a batalha. Tinha que tomar muito cuidado para não acertar as bordas da tela ou as árvores e acabar cometendo suicídio involuntário se alguma das suas balas ricocheteasse. Para recarregar sua pistola bastava encostar-se nas árvores da mesma cor que o seu pistoleiro e seguir com o duelo.

Antes dos videogames, porém, já existia o pinball, aquela máquina de jogo onde você tinha que manipular uma ou mais bolinhas de metal e evitar que elas caíssem no buraco. Nada de sorte, o negócio era mesmo testar a sua destreza com as palhetas e até a sua habilidade de dar pancadas e erguer a gigante máquina no momento certo pra evitar perder a bolinha. Mais evoluído, o pinball ganhava o nome de fliperama (ou arcade), juntamente com displays de LED (diodo emissor de luz), efeitos visuais e sonoros.

Os geeks bem mais jovens só conhecem essas máquinas através de fotos ou shopping centers, onde o valor da “ficha” é absurdamente caro. Diferentemente do professor Bruno Henrique dos Santos, 25, eles não tiveram a oportunidade de entrar em uma casa de fliperama e sentir a pressão de ganhar um jogo enquanto dezenas de outros meninos (e às vezes algumas meninas) ficavam de olho em cada um de seus movimentos. “O barato do fliperama é que sempre tinha muitas pessoas em volta e dava mais emoção jogar porque você tinha que ganhar sempre”, lembra, “hoje só jogo quando vou em algum buffet para aniversário de criança e encontro alguma máquina por lá”, lamenta.

Para quem sente saudades ou para quem nunca conheceu o fliperama e o pinball, existem sites de aficionados que indicam clubes, eventos e até tutoriais de como montar um mini arcade em casa. Então, é só dar uma garimpada pela net e voltar aos tempos em que dava para descarregar a raiva de ter perdido um jogo dando tapas e pancadas mais... reais.


Alguns sites para saber onde encontrar e como montar seu próprio pinball ou fliperama:

Da sala de aula ao mercado de trabalho

(artigo colaborativo para o site Carreirasolo.org)

Curso escolhido, vestibular prestado, agora é só frequentar as aulas e rezar para que dentro de alguns anos seu talento seja descoberto, certo? Errado. Este é um dos maiores pecados que muitos estudantes cometem: acabam deixando para se dedicar à faculdade apenas na reta final, quando deveriam ter se preparado para o mercado de trabalho desde o primeiro dia de aula.

Nos primeiros semestres de qualquer curso há muitas disciplinas que parecem estar ali por engano, mas haverá uma ocasião na sua carreira em que você descobrirá a finalidade delas. Parece que não, mas em breve as aulas de sociologia, filosofia, história e estatística farão sentido – mas só se você esteve presente nelas e não no bar da esquina celebrando sua juventude ou seja lá o que for. Em algum momento da sua vida profissional a postura que você teve quando calouro mostrará sua aptidão – ou falta dela – para oferecer ao seu cliente o que ele procura.

Ah, você já se formou e fez (quase) tudo errado... uma pena. Passe para o próximo artigo – se quiser ser um eterno perdedor. Para quem já está com o diploma na mão e não se dedicou lá no primeiro ano da faculdade o tempo é escasso, mas ainda é possível ajeitar algumas coisas e aprender muitas outras.

Competitividade

Certa vez Lee Iacocca disse que a competitividade de um país não começa nas indústrias ou nos laboratórios de engenharia, mas sim na sala de aula. Não é preciso criar inimigos e nem deixar de fazer amigos, mas colocar em mente que cada um dos alunos na sua sala é um potencial adversário no mercado de trabalho vai impulsioná-lo a produzir mais e melhor.

Nesse quesito o freelancer “sofre” dobrado. Um profissional empregado que tiver um projeto rejeitado abrirá caminho para um colega de trabalho, não receberá tapinhas nas costas, mas terá o seu salário garantido no final do mês. O freela, no entanto, além de rejeitado, poderá perder novas oportunidades com aquele cliente. Os tapinhas nas costas não são de extrema importância, mas o dinheiro para pagar as contas é. E esse só virá se o seu projeto for escolhido.

Mente e braços abertos

Você odeia economia, é vegetariano e não se liga nem um pouco em esportes – sem problemas. Agora, tente escrever sobre o mercado financeiro, criar um slogan bacana (ou fotografar) para uma rede de restaurantes cujo maior atrativo seja o rodízio de carnes e fazer uma campanha para atrair mais adeptos a uma academia de ginástica. Não consegue? E se na vida profissional você se deparar com uma dessas situações? Vai dizer que sente muito, mas não pode aceitar a tarefa ou vai fazer um dos melhores trabalhos da sua vida? É melhor dizer sim e se arriscar adentrando uma porta desconhecida do que fechá-la pra sempre e se arrepender pelo resto da vida por não ter ao menos tentado.

O cliente não está nem aí para o que você gosta, ele quer um profissional que seja capaz de vender o produto que ele oferece. Se você não é assim, está fora. Não é preciso mudar suas opiniões e valores para fazer determinado trabalho, mas é preciso sempre ter uma visão de mosca – a que lhe permite olhar em todas as direções – e ser uma pessoa sem preconceitos ou juízo de valores. Uma mente pequena tende a permanecer assim para sempre, enquanto uma mente aberta tende a se expandir cada vez mais.

Como freela vale aceitar os mais variados tipos de trabalho, pois isso vai aumentar sua cultura e ampliar seus conhecimentos, lhe colocando muito à frente na sua carreira. Isso não significa, no entanto, que você deva deixar de ser seletivo – afinal, você não está passando fome. Aceitar qualquer tipo trabalho pode indicar desespero e acaba desvalorizando o profissional. 

Escreva corretamente, pelo amor da língua portuguesa!

Abaixo, jogo dos 13 erros:

Paresse brincadera, mais apezar da escrita ser uma das ferramenta mais importantes para os profiçionais que lidão com comunicassão, muintos continuão cometendo erros de grafia e concordânssia tão abssurdos quanto o desse parágrafo.

Proatividade

Arregaçar as mangas, meter as caras, propor e fazer. Isso não se refere apenas ao perfil profissional, é algo deve estar com você o tempo todo. Não espere por respostas, busque-as. Tente aprender algo sozinho, pergunte, seja curioso, informe-se, arrisque-se. Conhecimento nunca é demais. Às vezes as informações mais inúteis podem servir de inspiração para um trabalho magnífico.

Use a internet como uma das suas maiores aliadas. Ao invés de ficar jogando Colheita Feliz, por que não procurar um curso online gratuito que aprimore as habilidades que você já possui ou que lhe permita aprender uma terceira língua? 

Ofereça sua colaboração – entenda-se, gratuita – para alguma revista, blog, site, e permita-se aprender além das quatro paredes da universidade. Há milhares de coisas que as faculdades ensinam e há milhões que nenhuma delas é capaz de ensinar. Vivenciar é preciso.

Networking

Quanto mais contatos, maiores suas chances de conseguir uma entrevista ou uma indicação para algum trabalho. E quando se fala em contatos, não são apenas aqueles que estão na mesma área da sua atuação. Há sempre alguém que conhece alguém que conhece o alguém que você procura. Simpatia e cordialidade são grandes aliadas quando se fala em networking, mas vale lembrar: contato nenhum substitui competência e talento.

Sobre Lee Iacocca

Lee Iacocca é... que tal reler o tópico sobre proatividade?